“Eu quero isso, eu quero aquilo, eu quero, eu quero…”
Certamente são as palavras mais usadas pelas crianças hoje. Elas estão acostumadas a pedir e obter o que querem sempre que pedem, mais cedo ou mais tarde.
São fortes candidatas a entrarem no clube de compradores compulsivos.
Evitar o consumismo compulsivo em crianças se torna uma tarefa difícil, e sem perceber, por vezes, estamos criando consumistas profissionais.
Tarefa dos pais
É responsabilidade dos pais educar seus filhos e garantir seu desenvolvimento de forma adequada e ética. Isso inclui o dever de ter controle sobre as compras da criança.
No entanto, a atitude de alguns pais é de incentivar seus filhos a serem consumistas. Muitas vezes é cômodo deixar a criança em frente à tela para não atrapalhar as atividades dos pais. Estas telas são agentes avançados de publicidade agressivas, e os pequenos são alvos vulneráveis. Eles acabam querendo comprar tudo o que veem, tudo o que aparece na mídia.
Em classes sociais economicamente mais abastadas, é quase sempre regra. Não é incomum encontrarmos crianças que possuem mais de um telefone celular, por exemplo, quando em alguns casos, não seria necessário nem mesmo um. O fato é que as crianças de hoje têm muitos mais bens do que precisam.
O que dizem os profissionais
Os pais precisam ser realistas e ficarem atentos aos conselhos dos profissionais.
A atitude inerente ao consumismo é engolir o mundo inteiro. O consumidor é um eterno bebê que exige a mamadeira, ou um eterno viciado Isto é tão evidente quanto em fenômenos patológicos como o alcoolismo.
Segundo Enrique Rojas, um dos psiquiatras mais respeitados da Espanha, o consumismo está fortemente enraizado na publicidade em massa e no bombardeio de ofertas que criam falsas necessidades para nós.
Não podemos deixar nossas crianças indefesas, a mercê destas campanhas vorazes.
Sugestões de especialistas para evitar o consumismo infantil
Seguem, estão algumas diretrizes para evitar o consumo compulsivo em crianças, mas antes, uma observação – as crianças nem sempre estão felizes, se choram ou sofrem, não significa que os pais fizeram algo errado.
- Sem dúvida, as crianças se tornam consumistas por causa da permissividade e atenção excessiva de alguns pais. Por exemplo, quando eles choram ou fazem birras, você não deve ceder imediatamente. Isso pode ser usado para obter o que eles querem neste momento e, como resultado, a frouxidão em sua educação será confirmada.
- Crianças repetem as atitudes dos adultos, que consideram suas referências. Lembre-se de que você é o espelho no qual seu filho se olha. Aproveite e corrija em você a compulsividade consumista, se for o caso.
- Estabeleça limites e diga “não” em ocasiões ruins. Você não pode dar ao seu filho tudo o que ele quer para não correr o risco de ter suas ações desvalorizadas por ele.
- Se você quer que seu filho seja livre do consumo irracional, você precisa encorajar padrões de consumo saudáveis e certificar-se de dar o exemplo. Comece a valorizar as coisas e não compre demais.
- Ensine a administrar seu próprio dinheiro. Que aprendam a poupar, porque se gastarem tudo de uma vez, não terão dinheiro para depois. Dar-lhes um cofrinho seria uma boa ideia.
- Podemos mostrar às crianças o trabalho necessário para se ganhar dinheiro. Uma maneira de fazer isso pode ser pagá-los por certos favores ou tarefas que eles fazem.
- Ensine-os a reciclar e reutilizar itens aparentemente inúteis ou desatualizados. Se possível, substitua os itens comprados por itens artesanais. Fazer seus próprios brinquedos seria interessante.
Por fim, lembre-se que a educação das crianças consumistas tem suas origens no núcleo familiar.
